Análise do QSF – European High Yield

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Neste artigo, iremos analisar o fundo QSF – Quaestio European High Yield Bond, que investe em obrigações europeias de alto rendimento (“high yield”).

De seguida, examinamos a sua filosofia de investimento, as suas principais características, o posicionamento atual e a evolução até à data.

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Obrigações high yield europeias: um investimento com potencial?

Existem várias razões pelas quais pode ser relevante considerar este tipo de obrigações. As principais são:

1. Contexto de taxas de juro e política monetária

Com a inflação na Europa a demonstrar sinais de moderação, o Banco Central Europeu (BCE) iniciou cortes nas taxas de juro. Como resultado, os emitentes deste tipo de obrigações podem beneficiar de um ambiente com custos de financiamento mais baixos e um maior apetite pelo risco por parte dos investidores.

2. Diferencial de rentabilidade face a outros ativos

As obrigações high yield oferecem rendibilidades superiores em comparação com obrigações soberanas e obrigações corporativas de grau de investimento (Investment Grade).

3. Fundamentos das empresas europeias

Muitas das empresas emissoras de obrigações high yield operam em setores com estabilidade nos seus rendimentos e com margens sólidas, o que lhes permite enfrentar períodos de incerteza económica com maior capacidade de pagamento. Além disso, várias empresas refinanciaram a sua dívida nos últimos anos em condições favoráveis, reduzindo o risco de incumprimento no curto prazo.

QSF – Quaestio European High Yield Bond

O fundo QSF – Quaestio European High Yield Bond investe no mercado europeu de obrigações High Yield, sem estar sujeito a restrições de acompanhamento relativamente ao índice de referência ICE BofA Merrill Lynch Euro High Yield (coberto em euros). A construção da carteira baseia-se numa gestão discricionária e de forte convicção, com um número de emitentes que varia entre 75 e 95. No entanto, esta quantidade pode ajustar-se em função do contexto macroeconómico e das perspetivas de mercado.

A estratégia do fundo segue uma abordagem orientada para a qualidade, privilegiando a exposição a empresas que operam em setores com rendimentos e margens estáveis, e que, sempre que possível, mantêm níveis de endividamento moderados. A gestão do fundo é ativa e é realizada com referência ao índice de referência.

O fundo está classificado como Artigo 8 segundo o SFDR, promovendo características ambientais e de boa governação através das suas decisões de investimento. O património sob gestão do fundo ultrapassa os 310 milhões de euros.

Resumo do fundo e principais indicadores de rentabilidade

Resumo do fundo e principais indicadores de rentabilidade

Carteira

O fundo apresenta uma duração média de 2,96 anos e uma Yield to Worst (YTW) de 5,35%.

Distribuição sectorial

Distribuição sectorial da carteira do fundo QSF - Quaestio European High Yield Bond

Distribuição sectorial da carteira do fundo

O setor com maior número de emitentes é o das Telecomunicações, representando cerca de 14% da carteira, seguido pelo setor bancário, com 11%, e o setor das utilities, com aproximadamente 10%.

Distribuição por vencimento

Distribuição por vencimento

Distribuição da carteira por prazo de vencimento das obrigações

Grande parte da carteira do fundo está investida em obrigações com vencimentos entre 2 e 5 anos, o que resulta numa duração média de 2,96 anos.

Distribuição por notação de crédito dos emitentes

Distribuição por notação de crédito dos emitentes QSF - Quaestio European High Yield Bond

Distribuição por notação de crédito dos emitentes

Como se pode verificar, a maior parte da carteira do fundo está investida em obrigações de emitentes de alto rendimento, ou seja, com notação BB ou inferior.

Rentabilidade

Rentabilidade histórica do fundo face ao índice de referência

Rentabilidade histórica do fundo face ao índice de referência

O fundo tem superado consistentemente o índice de referência, o ICE BofA Merrill Lynch Euro High Yield (EUR Hedged). Além disso, fá-lo com menor volatilidade, demonstrando que a seleção ativa de obrigações e emitentes acrescenta valor a longo prazo.

Entre março de 2022 e março de 2025, o QSF – Quaestio European High Yield Bond manteve uma posição destacada em relação a 55 fundos comparáveis, situando-se de forma constante no quartil superior. A sua evolução relativa pode ser observada no gráfico seguinte:

Distribuição de rentabilidades

Distribuição de rentabilidades

Este desempenho assinalável foi possível, em parte, devido à elevada convicção da equipa de gestão, que mantém uma carteira mais concentrada do que a média do setor. Enquanto muitos fundos da mesma categoria optam por uma diversificação ampla, o QSF distingue-se por uma seleção mais criteriosa e focada, centrada em empresas com fundamentos sólidos e boa capacidade de pagamento. Esta filosofia permite captar oportunidades de valor sem comprometer o potencial de rentabilidade.

De seguida, analisamos o comportamento do fundo do ponto de vista do risco:

Desde a sua criação, no último trimestre de 2020, o fundo apresentou uma rentabilidade acumulada de +23,35% (equivalente a uma rentabilidade anualizada de +4,86%), enquanto o índice de referência obteve +17,85% (+3,79% anualizada).

Rentabilidade mensal e acumulada do fundo face ao índice de referência

Rentabilidade mensal e acumulada do fundo face ao índice de referência

Volatilidade do fundo

Análise de Risco

Análise de Risco

Desde o início de 2021, o fundo apresentou uma volatilidade anualizada de 3,23%, ligeiramente inferior à do benchmark. No mesmo período, a máxima queda registada foi de -14,57%, ocorrida em 2022, um ano particularmente desafiante para o mercado de rendimento fixo, marcado por um contexto inflacionista acentuado e sucessivas subidas das taxas de juro por parte dos bancos centrais. Ainda assim, o fundo registou um desempenho superior ao do índice de referência.

No que diz respeito ao rácio de Sharpe, um dos indicadores mais utilizados na avaliação de fundos de investimento, o fundo apresenta um valor de 1,02. Isto significa que, por cada unidade de risco assumido, o fundo gerou 1,02 unidades de rentabilidade.

Adicionalmente, o rácio de informação do fundo, à data mais recente de 2025, é de 1,47. Ambos os rácios refletem uma relação favorável entre a rentabilidade alcançada e o risco assumido pela equipa de gestão.

Comentário mais recente do gestor:

“Março foi um mês extremamente volátil, tanto no que diz respeito às taxas de juro como aos diferenciais de crédito. As taxas foram pressionadas imediatamente após o anúncio histórico da Alemanha de um estímulo fiscal de 500 mil milhões de euros, enquanto os diferenciais foram afetados pela escalada da guerra comercial iniciada por Trump.

O mercado europeu de High Yield registou uma queda de cerca de 1% ao longo do mês, acompanhada de um alargamento de 41 pontos base nos diferenciais. Durante o início do mês, antes do aumento da volatilidade, o mercado primário proporcionou oportunidades para incorporar novos emitentes na carteira, sobretudo nos setores de Energia e Serviços, incluindo alguns em formato verde.

As perspetivas de desaceleração económica em ambos os lados do Atlântico penalizaram especialmente o setor bancário, que foi o principal detrator do desempenho do fundo durante o mês.”

Comportamento do fundo nos últimos meses

O fundo Quaestio European High Yield Bond registou uma rentabilidade de -1,20% no mês, em comparação com os -0,99% do índice de referência. Esta menor rentabilidade relativa deveu-se, principalmente, ao forte aumento dos preços das obrigações com notação CCC e à recuperação de alguns emitentes em dificuldades.

A subponderação nos setores de tecnologia e eletrónica penalizou o desempenho, nomeadamente pela ausência de Atos, que saiu de um processo de reestruturação, e de AMS Osram, que se valorizou após apresentar resultados acima das expectativas. No setor automóvel, a posição fora do índice em Aston Martin contribuiu positivamente, já que a empresa continua a demonstrar potencial de recuperação, apoiada pelos seus acionistas e por uma estratégia credível.

Por outro lado, a menor exposição ao setor da energia teve um impacto negativo na rentabilidade, uma vez que a Pemex — um emitente que não cumpre os critérios ESG do fundo — valorizou-se com o apoio governamental. Também houve impacto no setor retalhista, com a valorização das obrigações da Elo (Auchan) antes e depois da divulgação de bons resultados anuais, acompanhada de anúncios sobre uma possível reestruturação da dívida. Em contraste, a sobreponderação nos setores de utilities, banca e transportes teve um impacto positivo.

Resumo do mercado High Yield

A superioridade dos mercados de risco europeus face aos norte-americanos manteve-se ao longo do mês de fevereiro. Nos Estados Unidos, dados económicos mais fracos do que o esperado na segunda metade do mês, combinados com a incerteza gerada pelas políticas aduaneiras anunciadas pela administração Trump, afetaram o sentimento dos mercados e intensificaram os receios de uma possível desaceleração económica.

Destaca-se a queda do Índice de Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan, que desceu para 64,7 pontos, o valor mais baixo desde novembro de 2023. Este cenário favoreceu os Treasuries norte-americanos, cujo rendimento a 10 anos caiu cerca de 30 pontos base, aproximando-se do Bund alemão, que apesar de alguma volatilidade, terminou o mês praticamente inalterado nos 2,40%.

Neste contexto de taxas de juro voláteis e elevada incerteza, muitos investidores voltaram-se para alternativas mais rentáveis dentro do universo de rendimento fixo. Se estiver a considerar este tipo de estratégia, é recomendável explorar opções como os ETFs de rendimento fixo High Yield.

Conheça a gestora: Quaestio Capital Management

A Quaestio Capital Management é uma empresa independente de gestão de ativos, dedicada a investir em nome dos seus clientes através da combinação de tecnologia e experiência direta nos mercados financeiros. Fundada com um foco na inovação e na capacidade de atrair talento, a Quaestio destaca-se no setor pelo seu compromisso com estes valores fundamentais.

Com uma equipa composta por mais de 50 profissionais altamente qualificados, gere atualmente mais de 15 biliões de dólares em ativos, oferecendo aos seus clientes acesso a algumas das melhores oportunidades de investimento disponíveis. Adicionalmente, a Quaestio Capital Management distingue-se pelo seu compromisso com os Princípios para o Investimento Responsável (PRI), reafirmando assim a sua dedicação a práticas financeiras sustentáveis e éticas.

Uma equipa de crédito altamente especializada:

Panorama completo do mercado coberto pela Quaestio.

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Equipa especializada da Quaestio.

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Conclusões finais de Javier Carretero

O mercado de obrigações high yield europeu representa, não só uma boa oportunidade em função dos seus fundamentos atuais, como também uma alternativa interessante para investidores que procuram diversificação e maior rentabilidade sem estarem totalmente expostos ao mercado acionista. Num cenário de descida das taxas de juro, e apesar de os diferenciais estarem comprimidos, este tipo de ativo continua a oferecer rendibilidades superiores em relação a outras obrigações, como as soberanas ou as corporativas de grau de investimento (investment grade).

Na minha opinião, trata-se de um ativo que pode integrar tanto uma carteira conservadora (com o objetivo de diversificar e melhorar a rentabilidade face a fundos de obrigações governamentais ou corporativas de alto rating), como uma carteira com maior tolerância ao risco, podendo mesmo substituir parcialmente a exposição a ações para quem pretenda adotar uma postura mais cautelosa.

Disclaimer:

RANKIA PORTUGAL: Este artigo tem caráter exclusivamente informativo e educacional. As informações aqui contidas não constituem aconselhamento financeiro, nem recomendação de compra ou venda de quaisquer instrumentos financeiros. A rentabilidade passada não garante retornos futuros. Antes de tomar decisões de investimento, recomenda-se a consulta de um profissional devidamente habilitado.

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